
A Justiça da Bahia decidiu, nesta terça-feira (9), anular o júri popular que havia absolvido o influenciador Iuri Santos Abraão, conhecido como Iuri Sheik, pela morte do empresário William de Oliveira. O crime ocorreu em 2019, durante os festejos de São João em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano. A medida foi tomada pelo desembargador Eserval Rocha, após análise de um recurso da acusação.

O magistrado acolheu os argumentos do Ministério Público, que afirmou que os jurados decidiram de forma contrária às provas apresentadas ao longo do processo. A defesa do influenciador, no entanto, discordou do entendimento. Com a anulação, um novo julgamento será agendado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que ainda não divulgou previsão de data.
O júri anulado ocorreu em 20 de maio deste ano e durou aproximadamente dez horas. Na ocasião, a absolvição gerou grande repercussão nas redes sociais, onde o influenciador apareceu emocionado ao lado de sua equipe jurídica. No fórum, porém, o ambiente foi tenso. Sheik chegou a ser hostilizado por pessoas que acompanhavam o caso e ouviu gritos de “assassino”.

Durante seu depoimento, que durou cerca de uma hora, Iuri reiterou que agiu em legítima defesa. Ele admitiu ter efetuado os disparos, mas alegou que a arma pertencia ao próprio William. Segundo sua versão, os dois se desentenderam na noite de 23 de junho de 2019, e ele teria se sentido ameaçado, pegando a arma da vítima durante a briga.
A família de William esperava pela condenação do influenciador e acompanhou todo o processo desde o início. A mãe do empresário, Nélia de Oliveira, relatou ainda sentir profundamente a perda do filho, que morreu dois dias depois dos disparos. Para o Ministério Público, o crime foi motivado por um desentendimento banal durante a festa.
O caso ganhou grande repercussão na época. Após os tiros, Iuri Sheik deixou o local em alta velocidade, teve a prisão preventiva decretada e se apresentou à polícia três dias depois. Ele ficou preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, entre 2019 e 2020, sendo posteriormente solto por habeas corpus. William deixou esposa e três filhas — uma delas com apenas 40 dias de vida.


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