
Uma ação policial que, à primeira vista, foi registrada como confronto armado acabou desvendada como execução. Quatro policiais militares foram presos nesta sexta-feira (12), acusados de matar a tiros um homem no fundo de um bar em Cruz das Almas, no Recôncavo da Bahia. As prisões ocorreram durante a operação “Silêncio Quebrado”, deflagrada simultaneamente em cinco municípios baianos.

Os presos são lotados na 27ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) e foram denunciados pela 1ª Promotoria de Justiça de Cruz das Almas pelo homicídio qualificado de Josimar Pereira dos Santos, ocorrido em 25 de fevereiro de 2024, no povoado de Poções. Foram detidos o cabo Euvaldo Moraes de Almeida Júnior, o cabo Máximo de Souza Santos Neto, o cabo Ricardo Silva da Conceição e o soldado Tarcísio Pereira Gonçalves Muniz. A operação cumpriu mandados de prisão em Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Salvador, Feira de Santana e Sapeaçu.
Além das prisões, a Justiça autorizou seis mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos policiais. Durante as diligências, foram recolhidos celulares, aparelhos eletrônicos, munições e outros materiais. Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), os investigados também responderão por fraude processual e ameaça, com decisões expedidas pela Vara Crime local.

De acordo com a investigação, os policiais relataram inicialmente que a morte de Josimar teria ocorrido durante uma troca de tiros, versão contestada por provas periciais e testemunhais. O MP-BA afirma que a vítima estava em um bar com amigos após uma partida de futebol quando a guarnição chegou ao local, realizou revistas e levou algumas pessoas para o interior do estabelecimento. Josimar teria sido conduzido aos fundos do bar, onde foi executado a tiros.
A apuração aponta ainda que os policiais fotografaram e coletaram dados pessoais dos frequentadores, que teriam sido ameaçados para não denunciar o crime. O corpo de Josimar foi removido do local e, posteriormente, os PMs apresentaram na delegacia uma arma e drogas que, segundo a investigação, teriam sido plantadas para sustentar a versão de confronto. O caso segue sob responsabilidade do Ministério Público e do Judiciário baiano.
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Informações g1BA/TV Bahia


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