A música brasileira amanheceu mais silenciosa nesta segunda-feira (17) com a morte de Jards Macalé, um dos artistas mais inventivos da MPB. O músico carioca, de 82 anos, estava internado em um hospital no Rio de Janeiro, e a notícia foi confirmada por meio de um comunicado publicado nas redes sociais do artista.
Figura central da contracultura, Macalé construiu uma trajetória marcada pela independência artística. Compositor, cantor, arranjador e violonista, teve obras gravadas por grandes vozes como Nara Leão, Gal Costa e Elizeth Cardoso. Também deixou sua marca como diretor musical do álbum “Transa”, de Caetano Veloso, e protagonizou momentos históricos, como o show “O Banquete dos Mendigos”, em 1973, que desafiou a ditadura ao celebrar os 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Mesmo na maturidade, o músico não perdeu o impulso criativo. Lançou discos recentes — entre eles “Coração Bifurcado”, em 2023 — e gravou, ao lado de Joyce Moreno, o single “Um abraço do João”. Em entrevista no último ano, sintetizou sua visão artística: “Arte é feita para experimentar, é para arriscar.” Uma filosofia que guiou toda a sua obra e permanece como legado.
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