
Nos últimos anos, ansiedade e depressão deixaram de ser temas restritos aos consultórios de psicologia e psiquiatria para se tornarem assuntos amplamente discutidos na sociedade. Apesar do aumento da visibilidade, os desafios enfrentados por quem convive com esses transtornos continuam sendo, muitas vezes, silenciosos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, enquanto a ansiedade afeta cerca de 264 milhões. No Brasil, a situação é ainda mais preocupante: somos o país com a maior taxa de pessoas ansiosas do mundo, e a depressão já é uma das principais causas de afastamento do trabalho.
A ansiedade, embora natural em situações de estresse, torna-se um transtorno quando começa a interferir na vida cotidiana. Sintomas como inquietação constante, falta de concentração, insônia e sensação de sufocamento são comuns. Já a depressão vai além da tristeza: é uma condição que envolve perda de interesse pelas atividades, cansaço extremo, sentimentos de culpa e, em casos mais graves, pensamentos suicidas.
“Ainda há muito preconceito quando falamos em saúde mental. Muita gente acredita que é ‘frescura’ ou ‘falta de força de vontade’, o que agrava o sofrimento de quem passa por isso”, explica a psicóloga clínica Mariana Leite. Ela destaca que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais. “Psicoterapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida, como exercícios físicos e apoio social, fazem uma grande diferença.”
Durante a pandemia, os índices de transtornos mentais dispararam. O isolamento, a insegurança financeira e as perdas pessoais foram gatilhos para muitas pessoas. Desde então, a busca por atendimento psicológico aumentou, e muitos profissionais passaram a oferecer terapias online como alternativa acessível.
Felizmente, a consciência sobre saúde mental está crescendo. Campanhas de conscientização, como o Janeiro Branco e o Setembro Amarelo, ajudam a quebrar tabus e incentivar o cuidado com o bem-estar emocional.
Se você ou alguém próximo está enfrentando sinais de depressão ou ansiedade, não hesite em buscar ajuda. Procurar um profissional não é sinal de fraqueza, mas de coragem e autocuidado.

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